Em guerra por modelo viciada, TVs apelam a rapto, drogas e suborno

A disputa das emissoras de TV por uma entrevista com a ex-modelo Loemy Marques, viciada em crack, teve rapto, tentativas de suborno, ofertas de drogas e até um telefonema de um falso Silvio Santos se oferecendo a ajudá-la caso ela fosse a um programa do SBT. Um programa vespertino chegou a colocá-la à força dentro de um carro e sumiu com ela durante várias horas.
Desde o último sábado, produtores de TV travam uma guerra para conseguir um depoimento da jovem, que foi descoberta vivendo na Cracolândia, região degradada de São Paulo. Oito programas de cinco emissoras estão atrás dela. Por enquanto, o Hora do Faro, da Record, está levando a melhor. O programa a mantém em um local secreto, acompanhada de um enfermeiro, desde segunda-feira. O assédio da imprensa continua mesmo depois de ela ter deixado a Cracolândia e o apresentador Rodrigo Faro ter divulgado que a entrevistara em primeira mão.
A história da ex-modelo craqueira foi revelada em reportagem da revista Veja São Paulo do último final semana. Assim que a publicação foi para as bancas, Loemy passou a ser assediada por diferentes canais para falar com exclusividade. No sábado pela manhã, ela circulava pelas ruas da Cracolândia, na região central de São Paulo, onde vive há dois anos. Foi abordada e se sentiu acuada. Usou drogas.
Depois de muita insistência, profissionais de um programa vespertino que a seguiam a colocaram em um carro. Voluntários de uma ONG relatam que Loemy foi tratada como bicho, sem cuidado e respeito, “praticamente forçada a entrar no veículo”. A ex-modelo ficou com a equipe dessa rede de TV durante várias horas. Ela foi deixada no Jabaquara, na zona sul de São Paulo, e só reapareceu na região da Luz na manhã de domingo (23), se queixando da emissora. 
Segundo uma testemunha, Loemy estava muito chateada e disse que lhe ofereceram drogas e R$ 500 em troca de uma entrevista. O rapto de "personagem" (forma como são chamados os entrevistados dos programas) não funcionou. Loemy não autorizou o programa a exibir suas imagens.
As artimanhas dos produtores incluíram até se passar por Silvio Santos. Um homem com a voz idêntica a do apresentador ligou para uma ONG na manhã de domingo tentando descobrir o paradeiro de Loemy. Logo em seguida, a entidade recebeu um telefonema da produção do Domingo Legal. 
Diante do assédio da mídia, "como urubus em cima de carniça", na definição de uma voluntária de uma ONG, foi providenciado um local para abrigá-la. A ex-modelo aceitou ir para o apartamento de amigos, se alimentou e dormiu. Na manhã de segunda-feira, foi orientada sobre as propostas das produções que queriam oferecer tratamento em clínicas de reabilitação em troca de um depoimento em que contasse como chegou ao fundo do poço.
Procurada por Globo, SBT, Record, Band e RedeTV!, a ex-modelo escolheu falar com o apresentador Rodrigo Faro, da Record, porque se lembrava dele como ator e considera o Hora do Faro a produção menos sensacionalista das que disputavam seu depoimento, sem levar em conta a da Globo, um programa jornalístico.

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