"Senti falta do espaço de opinião", diz Sheherazade após restrição de comentários

Ao apresentar o telejornal “SBT Brasil”, na noite de ontem, a âncora Rachel Sheherazade não fez seus habituais comentários sobre as notícias do dia. Proibida pelo SBT de dar seu parecer, a jornalista diz que sentiu falta de opinar.
“Há quatro anos, tenho me posicionado no telejornalismo. É claro que senti falta do espaço de opinião”, disse a apresentadora à Folha de S.Paulo, por e-mail. “Quando me contratou, a empresa foi muito clara. O SBT queria minhas opiniões. E me deu plena liberdade para me expressar”, diz. Mas ressalta: “Não cabe a mim discordar de uma determinação da emissora. Não fui contratada para definir as estratégias da empresa, o formato do jornal nem os rumos do jornalismo”.
Ontem, o SBT informou que os jornalistas da casa não poderão mais emitir opinião em decorrência “do atual cenário” criado em torno da funcionária. Em fevereiro, Sheherazade defendeu a a ação de um grupo que amarrou um assaltante a um poste. Também convocou quem fosse crítico daquela atitude a “adotar um bandido”. As falas geraram protestos nas redes sociais e entre defensores dos direitos humanos e motivaram representações contra Sheherazade na Procuradoria-Geral da República, movidas pelos partidos PSOL e PCdoB.
Em resposta, a apresentadora disse que havia “pressão política muito forte” para que ela fosse calada. A nota divulgada pelo SBT informando sobre a mudança diz: “Essa medida tem como objetivo preservar nossos apresentadores Rachel Sheherazade e Joseval Peixoto, que continuam no comando do 'SBT Brasil'”. “Acredito que as opiniões foram o grande diferencial do 'SBT Brasil' com relação aos demais telejornais. Esse foi um formato inovador, mas também arriscado. Deu certo”, afirma a apresentadora. Segundo ela, a estratégia gerou mais audiência, mais anunciantes e conquistou o “público internauta”.

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